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Você sabia, que ao observarmos o céu, estamos olhando para o passado?



Ao observarmos o céu, temos que ter sempre em mente que a luz que vemos de qualquer astro do firmamento é uma luz que foi emitida muito antes daquele momento de observação propriamente dito.


E, isto acontece devido a forma que a luz se propaga em um determinado meio.


O fato é que estamos sempre "desatualizados", estamos sempre olhando para o passado, quando se trata de notícias e eventos cósmicos!


A velocidade que a luz leva de sua origem, do objeto que a emite, até o observador depende do meio que ela irá ter que atravessar para chegar até o seu objetivo final, o observador, ou seja, literalmente depende do que ela irá encontrar pelo caminho, do que ela irá ter que "passar" em seu percurso..


A luz quando sai de qualquer astro do céu encontra pela frente o vácuo, porém quando chega na atmosfera da Terra, o meio muda, não há mais vácuo, sendo assim, ela encontra outro meio, "outros obstáculos" em seu caminho para se propagar.


O valor da velocidade que a luz leva para se propagar no vácuo, se "movimentar", é extremamente elevado.


Para se ter uma ideia disto, enquanto a velocidade do som no ar, ou seja, a velocidade que o som utiliza para se "movimentar" pelo meio "ar", é de aproximadamente 1 224 km/h, a velocidade da luz no vácuo é de 1.079.252.849 km/h, ou seja, 299.792.458 m/s.


E, é exatamente por esta razão que quando ocorre uma tempestade com descargas elétricas, vemos o clarão de um relâmpago muito antes de ouvir seu ruído, o trovão.


A luz de uma galáxia, por exemplo, "sai" dela e tem que percorrer uma distância enorme, pelo meio "vácuo", até chegar a qualquer observador aqui da Terra.


Ao chegar ao observador, ele tem que ter em mente que aquela luz que ele está enxergando, "saiu" dela já há algum tempo, e é por isto que a luz que ele vê não é uma luz "atualizada", do presente, é uma luz "atrasada", do passado.


O que ele vê não é a aparência atual da galáxia e nem sua atual localização, já que nada está parado no Universo, tudo está em movimento, existe uma constante dinâmica nos astros do céu.


Posso exemplificar uma situação semelhante, quando observo a enorme galáxia espiral Andrômeda, localizada na constelação de Andrômeda, e nomeada em seus respectivos catálogos como Messier 31 e NGC 224.


Galáxia de Andrômeda

Galáxia de Andrômeda, Messier 31 (M31), NGC 224


A galáxia de Andrômeda está localizada a apenas 2,5 milhões de anos-luz da Terra, e isto nos dá um parâmetro de que quando a observamos, estamos vendo a aparência que a galáxia tinha há 2,5 milhões de anos.


Isto quer dizer que estamos 2,5 milhões de anos desatualizados!


Como disse Albert Einstein: "O passado, o presente e o futuro são apenas ilusões, teimosamente persistentes."


O tempo da luz, no passado, que nós observamos agora, emitida a partir de um objeto distante, é chamado pelos cientistas de "look-back time".


Você sabe o que está acontecendo no Sol agora?


Esta pergunta jamais poderia ser respondida por um observador aqui da Terra, uma vez que é preciso aproximadamente 8 minutos para a luz do Sol chegar até aqui, já que está a uma distância média de cerca de 150 milhões de quilômetros da Terra.


Galáxia NGC 6240

Galáxia NGC 6240


A galáxia NGC 6240, mostrada na imagem, está a 400 milhões de anos-luz de distância, dentro do campo de visão da constelação do Serpentário (Ophiuchus). Isto quer dizer que estamos observando como esta galáxia era há 400 milhões de anos.


Esta galáxia de formato bizarro não começou sua vida assim; sua aparência distorcida é o resultado de uma fusão galáctica que ocorreu quando duas galáxias se aproximaram demais uma da outra.


Dados adicionais

A luz, ao se propagar através de outros meios, diferentes do vácuo, tem sua velocidade reduzida e nunca aumentada, já que devido a Teoria da Relatividade de Albert Einstein nenhum corpo pode alcançar velocidade superior ao da velocidade da luz no vácuo.


Ao ter que se propagar através da água, do gelo, do vidro, por exemplo, a luz tem sua velocidade diminuída, porém "assume" valores distintos para cada uma das situações.


Podemos perceber a olho nu, em alguns casos, um desvio sofrido pelo feixe luminoso ao mudar o meio que utiliza para a sua propagação. Esse desvio é conhecido como um fenômeno ótico chamado refração, e ocorre devido a mudança na velocidade da luz em função do meio de propagação.


A velocidade que a luz leva para percorrer uma determinada distância na Terra, faz com que tenhamos a impressão que a luz chega até nós de forma instantânea independente de sua localização de origem, já que as distâncias são consideradas infinitamente pequenas para a luz percorrer.


Por: João Batista Salgado Loureiro

Cofundador da Holystica®, Escritor, Especialista em Maçonologia, Engenheiro Civil, Astrônomo Amador, Autor de Produtos de Astronomia, Palestrante de Astronomia e Motivacional

 

Créditos das Imagens:

Imagem NGC 6240: Imagem sobreposta do telescópio espacial Hubble com a imagem feita pelo observatório de Raio-X Chandra;

Imagem da Galáxia de Andrômeda, Messier 31 (M31), NGC 224: NASA.

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