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O Escorpião



Mitologia:


Na mitologia grega, a constelação de Escorpião é identificada com o escorpião muito venenoso que foi enviado pela mãe Terra (Gea), para impedir a fúria de Órion contra todos os animais da natureza, e que o feriu mortalmente com sua letal picada.


Os arqui-inimigos, Órion e o escorpião, foram colocados no céu por Zeus de forma que nunca mais se enfrentassem.


Até hoje estão dispostos em extremidades opostas da abóboda celeste e podem ser vistos na Constelação de Escorpião e de Órion, respectivamente.


Órion é dito estar sempre fugindo do escorpião, já que toda vez que o escorpião faz sua aparição, no oriente, o gigante caçador "desaparece" da abóbada celeste no horizonte ocidental, numa fuga constante de seu algoz.



História:


A constelação de Escorpião é uma das mais antigas constelações conhecidas e fez parte da cultura de muitos povos.


Os babilônios, por exemplo, chamavam esta região do céu de "MUL.GIR.TAB", 'Escorpião', que pode ser literalmente compreendida como "a criatura com uma picada ardente".


Ela é uma das constelações de origem grega, que foi citada pelo astrônomo egípcio Claudius Ptolemaeus, popularmente conhecido por Ptolomeu, em uma de suas obras escritas em grego “O Almagesto”, “He Mígale Sintaxis” que significa “O grande Tratado”.


Nos tempos antigos da Grécia, a constelação de Escorpião era significativamente maior e composta de duas partes, uma que continha o corpo e a cauda do escorpião, e outra, as garras.


Esta última era chamada de Chelae, ou "garras". Porém, no primeiro século a.C., os romanos transformaram a parte que "continha" as garras do escorpião em uma constelação independente, chamada Balança, Libra.


A região atual de Libra era conhecida como as Garras do Escorpião, e era chamada em Babilônico de "zibānītu", e em Grego de "χηλαι.


A cultura do céu árabe provém das clássicas 48 constelações dos gregos, e o Escorpião é uma delas.


Os Astecas chamavam o grupo de estrelas de Escorpião de "Citlalcolotl". De acordo com o Códice Florentino, os informantes de Sahagún identificaram um grupo de estrelas conhecido como Citlalcolotl, a estrela do escorpião. Tezozomoc, por sua vez, também menciona a estrela do escorpião, e ele a chamou de "Colotlixayac", que significa face de um escorpião. Numa seção do "Códice Peresiano", denominada páginas do zodíaco, aparece o escorpião. Nesse códice, os ícones mostram figuras de animais dependurados no corpo do Dragão Celestial.


Na cultura mesopotâmia, a estrela alpha da constelação, Antares, era considerada uma das quatro estrelas que eram chamadas de “Estrelas Reais”, as outras três eram a Aldebaran (alpha tauri), em Touro, a Regulus (alpha leonis), em Leão, e a Formalhaut (alpha piscis austrini), em Peixe do Sul.


Os romanos conheciam a estrela Antares como “Cor Scorpionis” que significa “o coração do escorpião”.

A foto foi tirada pelo astrofotógrafo japonês Akira Fujii e mostra uma visão completa da constelação Escorpião. O centro da nossa Via Láctea é visto à esquerda da imagem. Crédito: Akira Fujii


A Constelação:


A constelação é uma das mais importantes "peças" do céu estrelado por estar próximo de um setor do céu muito proeminente, o centro da nossa galáxia, a Via Láctea.


Ela é considerada uma constelação austral, zodiacal, ou seja, localizada no hemisfério sul celeste, ao longo da eclíptica, o caminho aparente que o Sol percorre no céu.


O Equador Galáctico cruza a constelação de um extremo a outro na região do ferrão, tornando-a um delete para se observar.


É repleta de cúmulos estelares, além de possuir inúmeras nebulosas planetárias, nebulosas escuras, e outros aglomerados abertos interessantíssimos de se observar.


Os cúmulos estelares mais famosos desta constelação foram catalogados por Messier, os aglomerados globulares, M4 e M80, e os aglomerados abertos M6 e M7.

A linha azul na imagem é a Eclíptica


Escorpião contém várias estrelas notáveis ​​e objetos do céu profundo, incluindo as estrelas brilhantes Antares (alpha) e Shaula (lambda), quatro objetos Messier, Messier 4 (M4, NGC 6121), Messier 6 (M6, NGC 6405, "Cluster Butterfly", Aglomerado da Borboleta), Messier 7 (M7, NGC 6475, "Ptolomeu Cluster", Aglomerado de Ptolomeu) e Messier 80 (NGC 6093); a Nebulosa da Pata do Gato ("The Cat's Paw Nebula", NGC 6334), a Nebulosa Planetária bipolar do Inseto ("Bug Nebula", NGC 6302) e a Nebulosa da Lagosta ("Lobster Nebula", NGC 6357).


Escorpião é considerada a 33ª constelação em tamanho, pois ocupa uma área de 497 graus quadrados do céu.


Encontra-se no terceiro quadrante do hemisfério sul (SQ3) e pode ser observada em latitudes entre o intervalo de + 40° a -90°.


Ela pertence à família de 13 constelações do Zodíaco, junto com Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Sagitário, Capricórnio, Ophiuchus, Aquário e Peixes .


Também tem 13 estrelas com planetas conhecidos.





A estrela mais brilhante da constelação é a supergigante vermelha Antares, a Alpha Scorpii (α Sco), a estrela alpha de Escorpião, que possui uma magnitude aparente de 0,96, está a 520 anos-luz de nós, tem tipo espectral M1 e é considerada a 16ª estrela mais brilhante de todo o céu.


Devido à posição desta constelação na eclíptica, o caminho aparente que o Sol faz no céu, a estrela alpha Antares pode ser ocultada pela Lua, e muito raramente, pelos planetas do nosso Sistema Solar, e devido a sua coloração avermelhada, foi apelidada de "rival de Marte".


Durante uma destas ocultações realizada por nossa Lua, em 13 de abril de 1819, sua companheira, a Antares B, foi descoberta pelos astrônomos.


Marcando a ponta da cauda curva do escorpião estão as estrelas λ Sco (Lambda Sco, Shaula) e a υ Sco (Upsilon Sco, Lesath), cujos nomes significam "picada".


Ademais, há duas chuvas de meteoros associadas a esta constelação: a Alpha Scorpiids e a Omega Scorpiids.


Dados técnicos da Constelação:


> Nome da Constelação: Scorpius;

> Nome em Português: Escorpião;

> Nome em Inglês: Scorpio;

> Genitivo Latino: Scorpii;

> Abreviação do nome: Sco;

> Origem do nome: Do latim “scorpionis”;

> Localização: Constelação zodiacal localizada ao longo da eclíptica;

> Família de constelações: Pertencente a família de constelações do Zodíaco;

> Ascensão reta: de 15h47,39min. a 17h58,26min.;

> Declinação: de –08,87º a –45,60º.

> Constelações limites:

  • Ao Sul: constelação da Régua (Norma) e do Altar (Ara);

  • À Oeste: constelação da Régua (Norma), do Lobo (Lupus) e da Libra (Libra);

  • Ao Norte: constelação da Libra (Libra), do Ofiúco (Ophiuchus) e de Sagitário (Sagittarius);

  • À Leste: constelação da Coroa Austral (Corona Australis) e do Sagitário (Sagittarius);


Por: João Batista Salgado Loureiro

Cofundador da Holystica®, Escritor, Especialista em Maçonologia, Engenheiro Civil, Astrônomo Amador, Autor de Produtos de Astronomia, Palestrante de Astronomia e Motivacional


Glossário:


Constelações do Zodíaco - As 13 constelações do Zodíaco possuem diferentes tamanhos e formas, de modo que o Sol gasta diferentes períodos de tempo alinhados com cada uma delas. Para se ter uma ideia disto, a linha da Terra através do Sol aponta para Virgem por 45 dias, mas aponta para Escorpião por apenas 7 dias. Além das 12 constelações familiares do zodíaco, determinadas pelos inventores do Zodíaco, os babilônios, o Sol também está alinhado com mais uma constelação, Ophiuchus, por cerca de 18 dias a cada ano.


Símbolo da Constelação do Escorpião - símbolo é ♏.


Supergigantes Vermelhas - são estrelas que possuem classe espectral M, temperaturas superficiais de 20.000 a 50.000 ºK, de 10 a 50 massas solares e diâmetros de até 1.000 vezes maiores que o nosso Sol. Estes tipos de estrelas podem terminar suas vidas como Supernovas.

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